Penélope tecendo, de Giovanni Stradano |
Queria ter o poder
de me proteger da memória
de apagar da minha história,
qualquer vestígio teu.
Mas isso é devaneio meu,
eu nunca me escondo
vivo sob os escombros
do que restou.
Não tenho o domínio
dos meus pensamentos:
a todo o momento,
as lembranças batem
à minha porta.
A cabeça
não me obedece
e, enquanto a mão tece,
fico esperando
a tua volta.
Lidi,
ResponderExcluiro amor continua sendo nossa matéria.
E você acrescenta ao amor aquela rima quase inevitável.
Nos desencontros, a dor se transforma em saudade.
Sua poesia vem clara, tratando com leveza as pedras do caminho.
Afeto,
Eliana Mara Chiossi
Lidi, sua delicadeza e profundidade de estilo emociona-me. Sempre. Beijo.
ResponderExcluirQuanta delicadeza! Em versos curtos, ágeis, você privilegia os sentimentos ainda que seja para denunciar a "faca que rasga de dentro para fora". Ainda bem que através da poesia, este amor escapa à transitoriedade das coisas.
ResponderExcluirAbr.,
José Carlos
A gente sente vontade de se despir das memórias, mas, se as tira, sente tanto frio.
ResponderExcluirbeijosss
Muito bonito! Parabéns!
ResponderExcluir(parabéns também pelas Tardes com Anões... muito bom!)
Muito bonita a imagem da moça tecendo (vivendo) enquanto espera, e, ao tecer (viver), construindo novas possibilidades. Gostei demais. Bjs, M.
ResponderExcluirUma Penélope forte e bela. Também gostei muito. Bjos
ResponderExcluirUm poema de ótima fatura estética. O confessionalismo lírico-amoroso (e mnemônico), possuindo um ritmo fluente, com a tensão da ausência versus o desejo de retorno. O verso que me chamou atenção: "e, enquanto a mão tece" - ponto de referência dessa tensão. Uma perguntinha: você já utilizou, em suas composições, a versificação isométrica? Beijos e saudações de Claudio.
ResponderExcluirMuito lindo!!!
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