25 de outubro de 2009


(IN)DECISÃO

Como um peregrino,
eu sigo.

No meio do caminho:
duas rotas

e meu olhar vago,
perdido. 

10 de outubro de 2009

Aqui estou para compartilhar com vocês mais um texto. Agora, de uma amiga super talentosa.  No entanto, ela prefere não ter a sua identidade revelada. Então, escreverei apenas o seu pseudônimo: em.dor.fina.
















Bolhas de sabão e desejo

É um exercício constante. Chego em casa e paro em frente à minha coleção. Escolho uma. E bebo. Engulo todo o líquido, que desce ardendo pela minha garganta. Talvez seja a dor. Ou o sabão. As bolinhas, elas, o motivo pelo qual me embriago, saem uma a uma pela boca. Pequenas, grandes, médias. Torpe, vejo meus desejos. Coloridos, leves, transparentes, bonitos, eles voam. Vão para o alto. Cada um com a sua bolinha. E eu, parada, tonta, entrego-me àquela dança. E rio. E quanto mais rio, mais bolinhas me atravessam a garganta. E dançam. E depois estouram-se todas no ar. Porque vem a sede. E a água serve apenas para diluir os desejos que não se pode sentir só. E a dança que não se baila só. Tampouco o riso, que, quando dado só, perde a graça com o tempo. Que nem a bolinha, que antes de estourar fica cinza. E sem brilho. Pra sumir de cansaço.