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(A cama do defunto, de Edvard Munch) |
Não, não somos nada
e nunca seremos.
Não passamos de simples espectros do que foram os outros,
sombras
dissipadas na parede.
Ontem,
corremos em direção ao mar,
construímos
castelos de areia,
conversamos
com amigos imaginários.
Hoje,
num leito branco e cheirando a éter,
abrigamos
mais um tumor ancestral,
e
esperamos pelo dia que sempre vem,
única
verdade inabalável.
Amanhã,
quem sabe,
nos
tornemos vestígios,
lembranças
escusas na mente de alguém.
Às vezes as palavras ferem sobretudo quando nelas o lirismo irrompe revelando o um saber tão ancestral quanto o tumor: o sexto sentido.
ResponderExcluirÉ sempre bom ouvir a tua voz trazendo-nos o mistério da criação...
Um grande abraço, Lidiane!