Ali estava ele, sentindo o peso de mais um corpo. Dessa vez, de uma jovem e bela mulher, que não tivera prazer algum em matar. Na verdade, nunca matara por prazer, o fazia por dinheiro, no entanto, aquele havia sido o serviço mais difícil de executar. Agora, arrastava o saco preto até o buraco que acabara de abrir num terreno baldio, onde enterraria também o seu passado. Tinha decidido mudar de profissão. Estava cansado. Na manhã seguinte procuraria outro emprego. Ele se dera conta de que já era peso suficiente viver. E arrastar o próprio corpo.
Este fardo são as águas que se movem na memória deste homem. Por mais que ele queira delas se afastar, exorcizá-las, é-lhe difícil. Haverá sempre nas suas entranhas (por isso pesa tanto) um murmúrio se articulando, umas bolhas... é o passado que não o deixa descansar. Como esquecê-lo?
ResponderExcluirMuda-se de roupa, mas não se muda o corpo que as roupas o vestem.
Como vês, este "fardo" me fez pensar... Espero que sem perder o equilíbrio.
Abraços, querida amiga,
Exatamente, José Carlos. E a despeito desse fardo, é necessário continuar seguindo. Um grande abraço.
Excluir