Chegou em casa tarde da noite. Abriu a porta do quarto e um cubículo não muito limpo, não muito claro e nem um pouco convidativo a recebeu. Tirou o vestido sujo e foi até o banheiro. Permitiu que escorresse sobre o seu corpo a água fria e salobra que pingava do chuveiro. Dez minutos se passaram e estava de volta ao seu acolhedor aposento, contemplando-se diante do velho espelho empoeirado. Sentiu-se desejável, assim como a sua avó deve ter se sentido ao completar 80 anos. Lembrou-se, repentinamente, da rotina que a esperava no dia seguinte e esse pensamento a deixou tão entusiasmada quanto uma dor de dente. Engoliu alguns comprimidos de um pequeno frasco que descansava no fundo da gaveta do criado-mudo e deitou naquilo que aceitava chamar de cama. Dormiu. Cinco horas depois e o insistente toque do despertador a acordou. Foi quando se deu conta, quase com horror, de que ainda estava viva.
Seu miniconto,Lidi, é de um suspense e de um resultado aterradores. Muito, muito bom. Bjos
ResponderExcluirÂngela, admiro tanto a sua literatura, que me sinto feliz e orgulhosa com este comentário. Obrigada. Bjs
ExcluirGostei muito, Lidi. Sobretudo do final surpreendente. Bjs
ResponderExcluirQue bom que gostou, amiga M. Fico contente. Bjs
ExcluirMuy bueno, Lidi. Principalmente essa parte: "esse pensamento a deixou tão entusiasmada quanto uma dor de dente". Humor para quebrar a rotina. Abç
ResponderExcluirEu imaginei que iria gostar dessa parte, amigo Thadeu. Você, que sabe lidar tão bem com o humor e a ironia na literatura. Obrigada pelo comentário. Bjs
ExcluirMuito bom, Lidi!!! Eis a solidão humana!!! Bjão
ResponderExcluirSol
Obrigada, minha amiga. Bjs
ExcluirDesespero e desamparo às vezes parecem mais fortes que a morte.
ResponderExcluirBelo texto, Lidi.
Beijoss
Dolorosa verdade, Lelena. Bjs
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