"Os homens, ainda que possam se querer bem, permanecem sempre distantes. Se alguém sofre, a dor é totalmente sua, ninguém mais pode tomar para si uma mínima parte dela. Se alguém sofre, os outros não vão sofrer por isso, ainda que o amor seja grande, e é isso que causa a solidão da vida."
BUZZATI, Dino. O deserto dos tártaros. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
Lidi, sabe, não concordo inteiramente. Tem dores que não podem ser repartidas, muitas mesmo, talvez todas, mas um abraço de verdade, um abraço feito de ternura, de amor, ajuda a não apagar a chama.
ResponderExcluirsuper beijo.
Um 2011 bem bem bem bacana :)
beijos.
Belo trecho, de uma verdade assombrosa, desse que é um dos grandes livros de toos os tempos. Um grande abraço nesse segundo dia do ano.
ResponderExcluirVi o seu comentário lá na Bípede e fiquei curioso de saber qual seria a frase. Que bisbilhoteiro hein! Mas concordo com ela. Talvez, em sentido absoluto, seja verdade que ninguém irá diminuir a dor que é só minha, que, talvez, nem a mais interessada compaixão poderá aplacar. Mas daí a dizer que os outros não sofrerão com a minha dor vai grande distância. Buzzati parece ignorar um dos maiores mistérios da vida, a empatia, a capacidade de imaginar (e sentir, por que não?)o que o outro sente, esse algo que se expressa naquele instintivo frio na canela ou na espinha que nos aflige ao ver o outro se acidentar. A dor pode ser contagiante, assim como o riso. Talvez seja por medo. Talvez por um egoísmo estranho. Mas ainda assim é como um vínculo que nos une, que sustenta alguma solidariedade natural e que impede essa absoluta sensação de solidão da vida que nos tornaria impermeáveis e irreconhecíveis.
ResponderExcluirUm abraço.
Temo discordar um tanto da Bípede, o excerto de Buzzati, na sua inteireza, é único, e encerra para o bem ou para o mal uma verdade. Vale para qualquer ilusão. No mais, bela postagem Lidi,tê-lo postado foi um ato de coragem, saiba disso. Aquele abraço.
ResponderExcluirLindo trecho. Um beijo bem grande pra vc.
ResponderExcluirA dor é de cada um, sem dúvida ninguém pode sofrer em lugar do outro, embora se possa sim sofrer junto, o que do ponto de vista de alguns possa não resolver absolutamente nada. Mas esse sofrer junto é inevitável, por exemplo, quando uma mãe sofre pela filha. O amparo alivia pela via indireta, nos fortalece para enfrentar melhor a dor. E a solidão é outro departamento, nem de dor concreta precisa.
ResponderExcluirMinha filosofia é baratinha, dois merréis.
Um feliz 2011, Linda Lidi!
É contra isso que lutamos, diariamente...
ResponderExcluir...Embora tão poucos queiram se consolar.
Concordo plenamente. Essa é a nossa limitação básica. Sem solução.
ResponderExcluirLembrei de uma música de Marisa Monte( De mais Ninguém), concordo plenamente, por mais que compartilhar possa aliviar um pouco nosso sofrimento a dor é individual.E isso nos torna sós, eternamente sós.
ResponderExcluir"Aos outros eu devolvo a dor, eu tenho a minha dor..."
Lindíssimo post.