Sou mesmo uma pessoa privilegiada. Estou rodeada de amigos talentosos. Há alguns dias atrás, meu amigo e padrinho, Thiago Lins, me mostrou mais um de seus poemas. Bom, talvez seja um conto. Conto-poema ou poema-conto. Não sei definir bem. Nem ele. Mas isso não importa. O fato é que me encantei pelo que li e resolvi compartilhar com vocês. Uma forma, também, de homenagear ao meu amigo e expressar o carinho e a enorme admiração que nutro por ele.
GOTAS
I
Fim de tarde.
Uma mulher caminha na esquina.
Pára.
Detém-se frente à vitrine.
Um relógio.
Relembra.
1975.
Rostos colididos.
Um sorriso, um convite.
Uma entrega.
Dia seguinte.
Mário traz flores.
Ela sorri.
Numa certa noite, ele olha para o relógio.
Precisa ir.
Cedo?
Não, tarde.
Um compromisso, ele diz.
Ela sorri mais uma vez.
Num certo dia, Mário não se encontra mais em casa.
II
2005.
As nuvens comungam.
Ameaça chover.
Olha rápido para o relógio.
Precisa ir.
Demora-se mais um pouco.
Caminha.
Caem as primeiras gotas.
Que bailam com as primeiras lágrimas.
GOTAS
I
Fim de tarde.
Uma mulher caminha na esquina.
Pára.
Detém-se frente à vitrine.
Um relógio.
Relembra.
1975.
Rostos colididos.
Um sorriso, um convite.
Uma entrega.
Dia seguinte.
Mário traz flores.
Ela sorri.
Numa certa noite, ele olha para o relógio.
Precisa ir.
Cedo?
Não, tarde.
Um compromisso, ele diz.
Ela sorri mais uma vez.
Num certo dia, Mário não se encontra mais em casa.
II
2005.
As nuvens comungam.
Ameaça chover.
Olha rápido para o relógio.
Precisa ir.
Demora-se mais um pouco.
Caminha.
Caem as primeiras gotas.
Que bailam com as primeiras lágrimas.
Ótimo! E está em versos, é poema. Lembre Bandeira, lembre Drummond, poemas que eram notícias de jornal. Os 2 últimos versos já atestam o tanto de poesia. Gostei muitíssimo. Lerei outra vez, uma é pouco para o tanto que gostei.
ResponderExcluirComo o próprio Thiago diz: "Muito que bem!" Abraços!!!
ResponderExcluirA gazela pertence ao grupo privilegiado de homens e mulheres de antenas capazes de traduzir instantes poéticos em palavras. Como gostaria de ter escritos estes versos.
ResponderExcluirAbraço do amigo da blogueira e do autor. O "Gazela" é uma expressão de afeto.
Muito bom mesmo!
ResponderExcluirBjs
Prosopoemas em sintonia com o que de mais fino o Thiago sabe tratar.Boa e grandiosa força poetico-narrativa bem peculiar ao caro amigo.parabnés,a você e a Lidi que com grande sensibilidade e tato para as finas questões da poesia fez a justa seleção, e compartilhou com os amigos!!!
ResponderExcluirMuito bonito o poema-conto-poema. Seria Mário de "o carteiro e o poeta" ou o próprio Neruda apaixonado?
ResponderExcluirParabéns! E saudade de vocês, Lidi e Thiago. Abraço.
Nilson
Lidi e Thiago, bom poder falar aos dois ao mesmo tempo. Estou tem tempos econômicos.
ResponderExcluirMas li o conto-poema e gostei muito. Eu gosto muito dessa capacidade de fazer tudo com a poesia, e fazer breve. Enxugar mesmo a expressão.
Abraços aos dois!
Sim, é poema, belo poema. Econômico. Certeiro.
ResponderExcluirMuito, muito bom, Thiago. Parabéns!
ResponderExcluirLidi,que bom que você compartilhou conosco! Gostei. Thiago, espero ler outros.
ResponderExcluirMuito bom Lidi...
ResponderExcluirParabéns para você e Thiago pela sensibilidade literária.
Agora, lágrimas e versos bailam em gotas de poesia na alma de cada um de nós, leitores.
No baile das primeiras lágrimas dança-se a canção do acaso.
ResponderExcluirThiago, é mesmo uma pessoa fantástica!
ResponderExcluir"Olha rápido para o relógio.
Precisa ir." isso é típico de mim !
abraços Lidi ,