4 de setembro de 2011

Um desabafo, apenas
















Alguns amigos têm me ligado para perguntar como estou, estranhando a minha ausência do mundo virtual. A verdade é que não gosto de expor os meus problemas, fico sem graça, pois parece que estou me fazendo de vítima, pedindo palavras de consolo. E não é nada disso, sei que minhas dores são só minhas. Mas, de certa forma, preciso de um desabafo. Não ando bem. Parece que quando uma tempestade nos alcança, não vem sozinha. A minha mãe diz que "um abismo chama outro abismo". Como se não bastasse o motivo da minha recente tristeza, estou passando por dificuldades no cursinho que sou sócia, quase tendo que entrar numa ação judicial; perdi um celular novinho, que tinha acabado de comprar; estou sentindo fortes dores nas costas - fui parar na emergência de um hospital - sem saber a real causa delas; minha irmã do meio está se recuperando de uma histerectomia e a mais velha internada, depois de um princípio de derrame. Não paro de me perguntar o porquê de tantos problemas de uma só vez. Será que tenho tanto pecado assim? Queria ser forte, passar por todas essas coisas de cabeça erguida, sem perder a alegria. Mas esta pessoa não sou eu. E a cada dia que passa, torno-me mais cética em relação à vida, à humanidade. Sim, hoje estou naqueles dias que preferiria mesmo não existir, como diria Bartleby.

"Existirmos: a que será que se destina?" (Caetano Veloso)

4 comentários:

  1. Oi, Lidi, impressionante como a vida muitas vezes nos mostra sua face malvada. E ela gosta de mostrar malvadeza em série. Já tive minhas dores em série. Sei que tudo isso dá um desespero, uma raiva, tanto sentimento de perplexidade. A gente se pergunta: "que miséria é essa?" Lembro-me de Carlos Pena Filho, num dos seus mais belos e célebres sonetos, ao falar desses momentos terríveis, quando parece que tudo nos abandona: "(...) E até Deus em silêncio se afastar/ deixando-te sozinho na batalha". Cruel, cruel demais.
    Olhe amiga, não tenho nenhuma receita, mas lhe digo de minha amizade, minha solidariedade, mesmo à distância. Acredito em emanação de fluidos positivos, e lhe mando daqui um revoar de pétalas rosas - para acalmar seu coração e lhe trazer paz, saúde e amor de verdade.
    Bjos, Ângela Vilma.

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  2. Oi Lidi.
    Seguindo a rede de bons fluidos de Ângela, digo-lhe também estou torcendo e orando por você e sua família.
    Sempre quando nos deparamos com problemas do tipo que você está enfrentando, nos perguntamos sim sobre a Vida, e a questionamos. Mas, é preciso seguir em frente e não desistir nunca. Encarar as dores e os problemas com fé. Se você está vindo até nós, seus amigos e seguidores no mundo virtual significa que você já está buscando desabafar, com essa atitude você pode encontrar a leveza e a serenidade que a situação exige. Caso queira conversar, teclar, enfim, estou à disposição. Mesmo à distância estou solidário a você. Com certeza tudo passará e você voltará a sorrir com seu brilho natural em breve!
    Abraço forte, Bjo! Gil.

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  3. Lidi, fiquei sem palavras. Mas quero dizer que estou aqui. Sinta-se abraçada, acolhida, amada. Bjs, M.

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  4. Lidi, minha amiga, acho que sou o menos indicado para oferecer qualquer conselho (nada sabemos uns dos outros, e a alma não se mostra, na contramão sábia de Antonio Olavo Pereira). Choro tanto por amores e amigos desaparecidos, choro tanto por promessas não cumpridas, choro tanto por viver uma vida só realizada na imaginação, e choro agora por vê-la assim. Solidão, dor, tristeza, insignifância, sentimentos comuns a todos nós, que tristemente não se alteram, mas, paradoxalmente, nos orientam para a fuga dessa vida "mais ou menos", uma saída possível, a vida reinventada pela arte, evocando a diáfana Cecília. Quisera dizer outras palavras, mais ternas e gentis, de apoio sincero a este momento tão delicado, mas só nos resta "Mais um dia por viver. Igual aos outros, oco, monótono, interminável" (Olavo Pereira). E teremos de vivê-lo, ainda que com tédio e fadiga. Força, minha amiga, muita força. Aquele abraço.

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