3 de fevereiro de 2016

Delicadeza













 

Em memória de Andréia Gallo

O mundo não comporta a delicadeza.
Não há lugar para a calmaria, o silêncio.
Tampouco para gestos leves, olhares serenos,
vozes suaves.

Ou somos brutos e insensíveis,
ou adoecemos gravemente.

Algumas pessoas, ainda que frágeis e boas,
resistem ao peso dos dias.

Mas outras, as mais especiais,
que não fazem parte da “raça dos comuns”,
ainda que se façam fortes e lutem,
perecem.

Talvez, seja Deus querendo poupá-las de fazer parte
de uma humanidade hostil,
que Ele já se arrependeu de ter criado.

Talvez, seja apenas mais um lado, 
injusto, dessa existência sem sentido.

Perdemos uma amiga, uma irmã,
como se fosse algo banal,
como se perdêssemos um trem que partiu mais cedo.

Nada pode ser feito.

E cá ficamos nós, sós, tristes,
impotentes e órfãos.

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