7 de junho de 2009















ENCONTROS E DESENCONTROS

Em 2005, quando entrei na UEFS, para cursar Letras Vernáculas, tive, logo no primeiro semestre, a sorte de ter o escritor Mayrant Gallo, que mantém o blogue Não Leia!, como o meu professor de Teoria Literária I. Aprendi  - e continuo aprendendo - muito com este grande mestre e amigo. Por meio de suas aulas, minha paixão pela Literatura se multiplicou e comecei a me apaixonar por Cinema. Um dos filmes que assisti, naquele ano, indicado por Mayrant foi, exatamente, Lost In Translation - em português, Encontros e Desencontros - de Sofia Coppola. Lembro-me que não apreciei muito o filme. Até comentei com Mayrant que o achei monótono. Nem sei se ele ainda se lembra disso. No entanto, naquela ocasião, ainda estava muito ligada aos modelos de filmes hollywoodianos, com finais felizes e previsíveis. Achei monótono justamente porque queria que Bob (Bill Murray) e Charlotte (Scarlett Johansson) ficassem juntos, decidissem, de uma vez, jogar tudo pro ar. Ele, mulher e filhos, ela, aquele marido infantil. Como não foi o que aconteceu (porque não era preciso), acabei me frustrando. Ano passado, assisti de novo ao filme. Meu Deus, como a gente muda nossa visão com o tempo! Hoje, Lost In Translation é, simplesmente, o meu filme favorito. Agora percebo que, na vida, nem sempre temos coragem de ir além, de mudar o status quo, principalmente, quando estamos em meio a crises existenciais, como Bob e Charlotte. Daí a letra da música que Bob cantou no karaokê expressar muito bem o que eles estavam vivendo naquele momento: Folhas caídas durante a noite / Quem pode dizer para onde vão / Livres como o vento / Aprendendo cheias de esperança / Porque o mar na maré / Não pode mudar / Mais que isso. Não esqueço o que Mayrant, comentando sobre este filme comigo, escreveu: Aquele final, ambíguo, lhe dá um sentido maior, que é o da própria vida. Lost In Translation é pura arte. Um filme tocante, belo, sempre atual. Um filme para ser visto e revisto sempre. Um outro motivo que me faz ser apaixonada por este filme é a enorme identificação que tenho com os protagonistas, perdidos em Tóquio, num mundo que não é o deles. Constantemente, sinto-me assim, perdida, deslocada. Hoje, em casa, senti, mais do que nunca, essa sensação de deslocamento. A escritora Renata Belmonte, publicou, em 2007, no blogue Vestígios da Senhorita B., um post sobre este filme e comentou que, ao assisti-lo, se perguntou como alguém poderia ter feito um filme sobre a vida dela sem a ter avisado. Eu também me pergunto isso. No mês passado, dois amados amigos, Bárbara Kelli e Thiago Lins, me deram de presente um DVD de Lost In Translation. Nem preciso dizer o quanto fiquei feliz. Agora mesmo vou assistir, de novo, ao filme de Sofia Coppola, ou melhor, ao meu filme, ao filme da minha vida.

16 comentários:

  1. Assisti a esse filme há muito tempo, no auge do meu próprio deslocamento. É de tocar mesmo. Muito bom!
    Bjs.

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  2. Eu adoro esse filme, amiga. Até o momento, o meu favorito.Me identifico muito com a situação dos personagens: inconformados, porém estagnados.Não me canso de revisitá-lo.
    Beijos!
    P.S.:Vamos almoçar juntas, segunda? (rs)

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  3. Filme de uma eterna beleza, indiscutivelmente.

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  4. Lembro que certa feita exclamei para o Mayrant: "Mayrant, Bob sou eu!". A assertiva vale até hoje. Bob é o emblema do que sou e do que nunca serei, daquilo que não houve e nem haverá. Sofia, como seus mestres Antonioni e Wong Kar-Wai, não radiografa pessoas, mas a própria vida.

    Aquele abraço, caríssima, e fico enormemente feliz que finalmente aprecie um tão caro para nós.

    T

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  5. NÃO VI MAS DEPOIS DESTE POST, VOU CORRE ATRÁS.
    BRIGADO PELA DICA.

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  6. Olá Lidi!
    Seja sempre muito bem vinda ao meu blog!

    Parabéns pelo seu! Adorei! E voltarei!

    Beijo

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  7. O Compartilhando Leituras é um novo blog que está no ar. Faça uma visita quando puder e deixe seu comentário. Obrigada!!!

    compartilhandoleituras.blogspot.com

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  8. Lidiane, belo texto, o seu: muito bem escrito e despretensioso, sem exibicionismos. Um depoimento de quem, de fato, ama a arte do cinema. Abraço forte!

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  9. O filme da minha vida, sem dúvidas. Sem dúvidas.
    bjs

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  10. Também gostei muito do filme. Bill Murray é o meu ator predileto!!!

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  11. Este é, sem dúvida, um filme para se ver sempre. Belo texto, Lidi.

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  12. Nossa, depois de tantos feras falarem desse filme...vou correndo assisti-lhe. Tu me emprestas, Lidi?
    Bjo, saudade!

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  13. Lidi, estou retribuindo sua visita amável ao meu blog. Adoro este filme!
    Abraços.

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  14. Trata-se de um filme que fez uma leitura de meus sentimentos!
    Obrigada, lidi!

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  15. Lidi,

    Tive o prazer de assistir este filme com vc, lembra???rsrsr

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