26 de fevereiro de 2012

Meia noite em Paris

















        Ontem, assisti a Meia noite em Paris. Continuo me perguntando como Woody Allen consegue escrever e dirigir tantas obras-primas. O filme, que foi indicado ao Oscar 2012, começa ao som da canção “Si tu vois ma mère”, de Sidney Bechet, e troca os créditos iniciais por um delicioso passeio pela Cidade Luz. Nos primeiros minutos, já fui “fisgada”, como aconteceu com a personagem Adriana, ao ouvir as palavras iniciais do livro do nosso protagonista.
A história é de Gil Pender (Owen Wilson), um roteirista frustrado de Hollywood, que resolve escrever um romance. Noivo de uma mulher fútil - que não vê nada de especial em caminhar por Paris, preferindo a companhia de seu “amigo” pedante – Gil é nostálgico, sente-se deslocado na era em que vive e acha que nasceu tarde demais, que estaria melhor na Paris dos anos 20. E é para lá que ele acaba fazendo uma “viagem” fantástica, depois que toca as doze badaladas. 
Ao entrar em um misterioso carro, ele descobre outra cidade, repleta de artistas como Hemingway, Stein, Fitzgerald, Dalí, Buñuel, Eliot, Porter, entre outros, e conhece Adriana (Marion Cotillard) – amante de Picasso – que também não gosta do seu momento e sonha com a Belle Époque francesa. O escritor percebe, então, que nos voltamos ao passado, porque o presente é sempre “um pouco insatisfatório, porque a vida é um pouco insatisfatória”.
Os diálogos são primorosos, a fotografia é linda e confesso que me identifiquei com a angústia de Gil Pender e de Adriana, pois quase sempre me sinto nostálgica, deslocada, pensando que deveria ter nascido em outro tempo. Acho que deveria era viajar. Quem sabe, um dia, eu possa caminhar pelas ruas parisienses. Talvez, eu só precise mesmo de um instante chuvoso em Paris.

17 de fevereiro de 2012

Valsa



Me disseram que eu precisava estancar as feridas.
Me pediram para esquecer o passado e ter esperanças.
Me convidaram a entrar na dança
e ser feliz, nada mais.

Cheia de ataduras, me pus um vestido verde e saí rodopiando,
amando, chorando e olhando pra trás.

9 de fevereiro de 2012

Aeronauta















Para Ângela Vilma

A vida é tão complicada
que nem o amor descomplica.

Mas há uma rota e
é preciso segui-la:
pela terra, pelo mar
ou pelas nuvens,
como uma aeronauta.

A morte não é mais solução,
o sono já não nos conforta:

viver é caminho sem volta.

4 de fevereiro de 2012

Sobre "As baianas" e os baianos

As baianas 
 

Coletânea inspirada em As cariocas, de Sérgio Porto, As baianas, que traz as histórias de seis mulheres oriundas dos bairros de Salvador, será lançada no dia 10 de fevereiro, na livraria Cultura do Salvador Shopping, a partir das 19 horas. A publicação é da editora Casarão do Verbo. O jornalista Xico Sá assina a apresentação e Aramis Ribeiro Costa – presidente da ALB – o posfácio. 
  
Os baianos

Foto: Gal Meirelles

Os escritores da coletânea, de cima para baixo: Gustavo Rios, Lima Trindade e Elieser Cesar (em primeiro plano), Mayrant Gallo, Carlos Barbosa e Tom Correia.

Para saber mais sobre o livro, clique aqui.