30 de agosto de 2009



Máscaras

Um sorriso disfarça a dor
e esconde segredos:
solidão, desespero, medo.

Uma palavra dissimula
e guarda no peito
uma alma que sonha:
lágrimas poucas, exaustas, anônimas.

15 de agosto de 2009














PACTO DE SANGUE

Na terça-feira passada, foi o meu aniversário. Apaixonada por cinema e literatura como sou (e meus amigos sabem disso), ganhei alguns livros e filmes. Hoje, assisti - com mais três amigos - a um desses filmes (presente do mestre e amigo Mayrant Gallo): Pacto de Sangue, dirigido por Billy Wilder e com roteiro de Wilder e Raymond Chandler. Baseado no livro Indenização em dobro de James M. Cain, Pacto de Sangue conseguiu prender a minha atenção tanto quanto os filmes hitchcockianos. O filme começa com o corretor de seguros Walter Neff (Fred MacMurray) chegando à empresa na qual trabalha, sentando à mesa do chefe e confessando que matou um homem por dinheiro e por uma mulher, mas não conseguiu o dinheiro, nem ficou com a mulher. Assim, o filme se inicia revelando o seu final, o que prova o fato de que o que mais importa numa narrativa não é o que nela acontece, mas como acontece. Nas primeiras cenas já sabemos qual será o término do filme, mas ele nos envolve de tal forma, que ficamos ávidos em acompanhar a história até o último momento. E o constante suspense chega ao ápice na cena em que Neff recebe o chefe e amigo Keyes (Edward G. Robinson) enquanto espera pela Sra. Dietrichson (Barbara Stanwyck), mulher sedutora e calculista por quem se apaixona. Considerado o primeiro filme noir, Pacto de Sangue desenvolve uma trama que mistura amor, amizade, sedução, sexo (ainda que sugerido), adultério, crime. Um filme com diálogos ácidos e primorosos. O mesmo se pode dizer da narração in off feita pelo protagonista, na qual podemos ouvir, por exemplo: Não conseguia ouvir meus próprios passos. Era a caminhada de um homem morto. Sem esquecer da pitada de humor, na figura do analista de seguros Keyes e seus pressentimentos (seu homenzinho infalível), seu faro para assassinatos. Também chama a atenção a bonita amizade entre Neff e Keyes, motivo pelo qual Keyes, que nunca falhou com seus pressentimentos, jamais desconfiou de Neff: - Sabe porque não conseguiu solucionar este caso, Keyes? Vou lhe contar. Porque o cara que procurava estava muito próximo. Ele estava na frente da sua mesa. - Ele estava mais próximo do que isso, Walter. - Eu também te amo. E aquela inversão no desfecho do filme: Keyes que sempre tinha seu cigarro acendido por Walter, é agora quem acende, provavelmente, o último cigarro do amigo. É a ironia final. Dizem que o próprio Hitchcock, ao assistir a este filme, afirmou ter encontrado, enfim, em Billy Wilder, alguém que pudesse fazer par à sua obra. Se ele disse isso, quem sou eu para discordar do velho Hitch?

5 de agosto de 2009

Um encontro especial...


Obrigada aos artistas, colegas organizadores, monitores e participantes, pela maravilhosa presença. Foi um enorme prazer contar com vocês.