Acorda, trabalha, se
exaspera,
executa sua rotina nos
mínimos detalhes
numa repetição enfadonha
e desesperada
não se permitindo, nunca,
uma hora a mais de sono,
um murmúrio, um mísero
atraso.
Ama, sofre, sonha,
espera,
como se valesse a pena
todo e qualquer momento debaixo do sol,
ignorando que a cada
passo que dá morre mais um pouco, se mata,
que cada pensamento seu é
um adeus,
e que cada verso escrito,
uma despedida,
uma linha, um esboço
de uma carta suicida.
de uma carta suicida.